O Índice de Distância Hierárquica – IDH – procura medir essa distância hierárquica.
No fundo, “informa” sobre as relações de dependência num determinado país.
Nos países onde a distância hierárquica é baixa, a dependência dos subordinados relativamente às suas chefias é limitada: trata-se mais de uma interdependência entre chefe e subordinado; preferindo-se, por exemplo, um estilo de direcção consultiva.
A distância hierárquica entre chefe e subordinado é relativamente pequena e os subordinados abordam e contradizem as suas chefias com facilidade.
Nos países, onde o índice é elevado, existe uma dependência considerável dos subordinados face às suas chefias.
Os subordinados reagem a esta situação quer preferindo essa dependência (na forma de um chefe autárquico ou paternalista) ou rejeitando-a inteiramente - adoptando uma atitude que, em psicologia, é conhecida como contra – dependência.
Assim, os países de elevada distância hierárquica evidenciam uma relação polarizada entre dependência e contra - dependência. A distância emocional entre chefias e subordinados é elevada e estes últimos raramente abordam ou contradizem as suas chefias abertamente.
Índices de Distância Hierárquica
(integra 50 países e três regiões)
- Índia 77
- Oeste Africano 77
- Jugoslávia 76
- França 68
- Turquia 66
- Bélgica 65
- Portugal 63
- Itália 50
- EUA 40
- Holanda 38
- Austrália 36
- Alemanha 35
- Finlândia 33
- Suécia 31
- Irlanda 28
- Dinamarca 18
- Israel 13
- Áustria 11
Os países latinos europeus (como a França, Espanha, Portugal, etc.) e os da América Latina, Ásia e África, têm valores elevados para o respectivo Índice de Distância Hierárquica.
Os EUA, Grã-Bretanha e seus antigos domínios, assim como a parte não latina da Europa (exceptuando a Europa do Leste que não foi testada com excepção da ex- Jugoslávia), têm um Índice de Distância Hierárquica baixo.
Há, em cada país, uma relação estreita entre a realidade encontrada e o que o respectivo (habitante) percebe e aquela que deseja.
Por exemplo nos países, onde os empregados não se consideram muito receosos e as chefias são pouco autocráticas ou pouco paternalistas, os empregados manifestam preferência por um estilo consultivo de decisões.
Nos países situados no lado oposto da escala (IDH), onde os empregados sentem receio de expressar desacordo face às chefias e estas são percebidas como autocráticas ou paternalistas, a maior parte dos empregados exprimem uma preferência por chefias que decidem de forma autocrática ou paternalista; mas, em alguns casos, passam para o extremo oposto, preferindo uma chefia que dirija segundo o voto da maioria, ou seja, que não decida nada por si próprio (fenómeno de contra – dependência).
De facto, a autoridade só sobrevive quando correspondida pela obediência. Esse tipo de “liderança” só pode existir como complemento a uma situação de “subordinação”.
O IDH varia, dentro de cada país, de acordo com a classe social, nível de estudos e ocupação profissional.
O IDH é tanto menor quanto mais alto é a classe social e o nível de estudos.
As ocupações profissionais mais baixas são as que têm maior IDH.
Por outro lado a estrutura familiar traduz algo de semelhante.
Um estudo realizado nos EUA e em Itália revelou que os pais da classe trabalhadora exigem mais obediência aos seus filhos que os pais das classes média e que este facto era mais acentuado nos EUA que em Itália.
[Retirado de: “Culturas e Organização” de Geert Hofstede
– Professor de Antropologia Organizacional e Gestão Internacional na Universidade de Limburg na Holanda; fundador e Director do Instituto de Investigação
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