Nos países de elevado IDH, o "poder" é um elemento base da sociedade; o "poder" prevalece sobre a "escolha entre o bem e o mal".
A legitimidade do "poder" nunca é posta
Existe o consenso tácito sobre a existência de uma ordem de desigualdade onde cada um ocupa o seu lugar.
Uma ordem desta natureza satisfaz a necessidade de “dependência” do cidadão e dá a todos, possuindo ou não poder, uma sensação de segurança.
Nestas sociedades verifica-se a coexistência de poder, riqueza e estatuto.
Os detentores de poder detêm privilégios.
Se algo corre mal a culpa recai nos níveis hierárquicos inferiores.
Os rendimentos são repartidos de forma desigual.
O próprio sistema fiscal favorece os mais ricos. Os rendimentos depois dos impostos podem ser ainda mais desiguais que os rendimentos antes dos impostos; para o que contribui significativamente os privilégios de quem tem "poder" (que coexiste, frequentemente, com a riqueza e o estatuto).
Nos países de baixo IDH, existe o sentimento de que o uso do "poder" tem de ser legitimado e submetido ao "julgamento entre o bem e o mal".
A desigualdade não é desejável, ainda que seja inevitável; a desigualdade deve reduzir-se ao mínimo, através de meios políticos, pelo que os mecanismos legais de "poder" e "contra poder" estão disponíveis e são eficazes.
A lei deve garantir, a todos, iguais direitos.
O poder, a riqueza e o estatuto não coexistem necessariamente; pelo contrário, os símbolos de estatuto são suspeitos – daí o exemplo do ministro que vai para o emprego de autocarro.
Os escândalos, normalmente, põem fim a uma carreira politica.
As revoluções não gozam de popularidade; prefere-se mudar o sistema através de evoluções sucessivas, sem necessidade de depor quem está no "poder".
Nos países de elevado IDH os sindicatos tendem a estar controlados pelo estado; quando isso não acontece, são criados inspirando-se numa ideologia e são politizados.
Nos países de baixo IDH os sindicatos são mais independentes e estão menos marcados ideológica e politicamente, estando sobretudo preocupados com a defesa dos interesses concretos dos seus membros.
Apesar dos países de elevado índice de distância hierárquica (IHD) tenderem a “copiar” muitas das instituições de países de baixo IDH, isso não se tem revelado eficaz.
De facto, por exemplo, instaurar apenas eleições não modifica os costumes políticos de um país, quando estes costumes estão profundamente enraizados na programação mental da maioria da população.
Sem comentários:
Enviar um comentário