sexta-feira, junho 24, 2005

Índice de Distância Hierárquica - IDH (parteIV)

A distância hierárquica e o local de trabalho

Nos contextos de elevada distância hierárquica, superiores e subordinados, consideram-se entre si, desiguais, por natureza; o sistema hierárquico parece estar baseado nessa desigualdade existencial.


Existe um elevado número de chefias, assim como de escalões hierárquicos.

Os sistemas de redistribuição reflectem grandes disparidades entre a base e a cúpula.

O trabalho manual é desvalorizado, nomeadamente em relação ao trabalho administrativo.

Os superiores hierárquicos gozam de privilégios e os contactos entre superiores e subordinados são iniciados, regra geral, pelos primeiros.

A chefia ideal, aos olhos dos subordinados, é um autocrata benevolente ou “bom pai”.

Os sinais visíveis de estatuto contribuem para assegurar a autoridade das chefias; é muito possível que um subordinado se sinta orgulhoso pelo seu chefe conduzir uma carro maior que o chefe do seu vizinho.

Ser vítima de abuso de poder por parte da chefia constitui apenas má sorte; nada faz supor que existam meios para por fim a uma tal situação. Se as coisas se tornam demasiado graves, as pessoas podem unir forças e encetar uma revolução.

Os métodos de gestão por objectivos, inventados nos EUA, não funcionará neste contexto, uma vez que pressupõe alguma forma de negociação entre as chefias e subordinados, e na qual, nenhuma das partes se sentirá confortável (num contexto de levada distância hierárquica).

Num contexto de baixa distância hierárquica, subordinados e chefes consideram-se iguais por natureza; o sistema hierárquico constitui simplesmente uma desigualdade de papéis estabelecidos por conveniência; os papéis podem ser modificados, de modo que alguém que é hoje subordinado pode vir a ser amanhã meu chefe.

As organizações estão bastante descentralizadas, com uma pirâmide hierárquica achatada e contingentes reduzidos de pessoal de supervisão.

A diferença salarial entre os cargos de direcção e a base é pequena.

O trabalho manual, altamente qualificado, é mais premiado que o trabalho administrativo pouco especializado.

Em geral, os privilégios para os níveis superiores consideram-se pouco desejáveis e, por exemplo, todos devem utilizar o mesmo parque de estacionamento, as mesmas casas de banho ou o mesmo refeitório.

Os subordinados esperam ser consultados para todas as decisões que afectam o seu trabalho, mas aceitam que seja o chefe a decidir, em último recurso.

Os sinais exteriores de poder são considerados suspeitos e, por exemplo, os subordinados provavelmente farão comentários negativos com os colegas se o chefe gastar recursos da empresa para comprar um automóvel luxuoso.

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