Pais, professores, quadros e líderes políticos são, todos eles, filhos de uma cultura: de certa forma, eles seguem os seus seguidores.
Confúcio afirmava que a estabilidade da sociedade está fundada nas relações de desigualdade entre os seus membros (governante - súbdito, pai - filho, irmão mais velho - irmão mais novo, esposo - esposa, amigo mais velho - amigo mais novo).
As ideias de Confúcio constituem, ainda hoje, uma referência em matéria de comportamento para os chineses.
Mao Tsé-Tung procurou acabar com o confucionismo, mas a sua própria doutrina continha elementos do confucionismo.
As populações dos países confucionistas aceitam e apreciam a desigualdade, mas pensam que o uso do poder deve ser moderado pelo sentido das responsabilidades.
Na Grécia, Platão reconheceu a necessidade básica da igualdade entre as pessoas, mas, ao mesmo tempo, defendia uma sociedade na qual uma elite, os guardiães, exerciam o poder.
Para resolver o conflito entre as duas tendenciais, jogava com duas acepções da palavra "igualdade", uma quantitativa e outra qualitativa. Um pouco como “todos os animais são iguais, mas uns são mais iguais que outros”
A Grécia situa-se, hoje, a meio da escala do Índice de Distância Hierárquica.
Karl Marx nunca se perguntou se o que defenderia iria ou não criar uma nova classe. De facto, parecia assumir quer o exercício do poder poderia transferir-se das pessoas para um sistema. Pode ver-se aqui o efeito da sua cultura de pequena distância hierárquica como o é a Alemanha.
Constituiu uma tragédia que as suas ideias tenham sido exportadas para países de grande distância hierárquica, nas quais o poder não se deve submeter às leis.
A "exportação" das ideias e comportamentos dos países de baixa distância hierárquica para países de elevada distância hierárquica não fica pelas ideias politicas. Existe também na educação, organizações e gestão de empresas, etc. Contudo a experiência mostra que essas “exportações” não têm funcionado nestes países.
De igual modo se passou quando os EUA tentaram copiar o Japão dos anos 60.
Por exemplo, mesmo a “gestão participativa” não é entendida do mesmo modo entre os gestores dos EUA e os da Suécia, aonde o IDH é muitíssimo mais baixo.
Por exemplo nos EUA, os subordinados são convidados a participar pelas chefias enquanto que na Suécia, os subordinados tomam a iniciativa da participação. Nos EUA, isso é considerado uma limitação ao poder da chefia.
A internacionalização das empresas (incluindo deslocalizações) estão a levar os gestores a confrontar-se, cada vez mais, com os efeitos dessas diferenças culturais (em especial quando os gestores são de culturas diferentes dos subordinados).
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