Num ambiente de grande distância hierárquica espera-se que as crianças sejam obedientes relativamente aos pais. Por vezes existe mesmo uma hierarquia entre as crianças, onde os mais pequenos devem obedecer aos mais velhos.
O comportamento de independência não é encorajado e o respeito face aos pais e outros adultos é considerado como uma virtude fundamental.
Neste contexto, as crianças beneficiam sobretudo na tenra idade, de uma considerável ternura e atenção por parte dos seus pais e crianças mais velhas.
Mas, estas crianças são vigiadas, não sendo encorajadas a passarem à experimentação por iniciativa própria.
Num contexto de baixa distância hierárquica, as crianças são mais ou menos consideradas como iguais a partir do momento em que são capazes de agir.
A educação dos pais tem como objectivo deixar a criança adquirir controlo sobre os seus próprios afazeres o mais cedo possível. Encoraja-se a experimentação activa, permite-se à criança contradizer os pais, aprendendo o dizer “não” muito cedo.
As relações que estabelecem não estão dependentes do estatuto do outro: o respeito formalizado e a deferência não são correntes.
As relações familiares que se estabelecem neste tipo de sociedade, parecem, aos olhos de estrangeiros, como sendo distantes e muitas vezes frias, destituídas de intensidade.
Ao cresceram, as crianças substituem a relação pai - criança por uma relação igualitária, estando fora de questão o adulto pedir autorização aos seus pais, ou mesmo conselho, relativamente a duma decisão importante.
Os cenários dos dois parágrafos foram deliberadamente polarizados. A realidade situa-se algures entre os dois extremos.
O impacto da família na programação mental é muito forte, tornando-se difícil modificar os programas adquiridos em criança.
Os psicanalistas conhecem bem a importância dos antecedentes familiares, mas nem sempre estão conscientes do seu contexto cultural.
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