Não há muito tempo que venho a estudar e a reflectir sobre a “vida” dos portugueses, nomeadamente o tipo de sociedade em que vivem e do tipo de Estado que fundaram depois do 25 de Abril e a que chamam de “democrático”.
Tenho procurado acompanhar, com a maior atenção, as caracterizações, observações e, até comentários, de intelectuais (políticos, economistas, sociólogos, etc.) sobre os principais assuntos que permitem equacionar a situação portuguesa no presente.
Tenho procurado acompanhar a “reacção” efectivamente produzida por tais “derivas intelectuais” sobre o funcionamento da sociedade portuguesa e do seu Estado.
E, conclui que Portugal precisa de um outro Partido Politico.
Nenhum dos actuais partidos políticos existentes em Portugal tem revelado capacidade para reequacionar o “sistema de soluções” que, contínua e persistentemente, têm adoptado apesar de, contínua e persistentemente, se já poder constatar que esse “sistema de soluções” é incapaz de resolver a situação do País.
Os actuais partidos portugueses estão “amarrados” a pré-conceitos que “delimitam” as escolhas das soluções que consideram adaptáveis aos problemas existentes.
Geert Hofstede diria que os partidos portugueses não conseguem ir além da programação mental que deriva do seu próprio passado cultura; “passado cultural” igual ao que levou Eça de Queiroz a acabar a “falar com surdos”, entanto viveu.
Acabar a “falar com surdo” é o futuro que nos augura a todos nós, os que criticamos tal “estado de coisas”, caso não sejamos capazes de tomar em mãos processos de intervenção social mais activos.
É urgente a criação de um novo partido político que não só traga ao debate público uma nova concepção de sociedade como a submeta a seu sufrágio.
É urgente a criação de um novo partido político que tome como charneira de acção a pró - cidadania; ou seja, a transformação da sociedade portuguesa numa sociedade de cidadãos e não numa sociedade de funcionários públicos (“públicos”, porque são funcionários ou sobrevivem à custa do erário público).
É urgente a criação de um partido político que coloque a Nação no centro da sociedade portuguesa e não o Estado.
É urgente a criação de um partido político que proporcione aos portugueses capacidade de responder aos novos desafios com que Portugal se tem de confrontar.
Nomeadamente os desafios derivados da integração europeia e da globalização não só exigem aos portugueses um novo tipo de “solidariedade nacional”, uma solidariedade baseada na cidadania como também exigem, dos cidadãos portugueses, uma intervenção muitissimo mais activa e auto - responsável; um intervenção que os coloque no "centro" da sociedade portuguesa, no "centro" da respectiva dinâmica social, em particular de desenvolvimento.